terça-feira, 7 de junho de 2011

Carta aberta ao Governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral sobre a crise dos bombeiros.


Excelentíssimo senhor governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral Filho,

Tenho acompanhado pela televisão a crise que envolveu o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro e o seu governo.

Pois é governador, eu entendo perfeitamente que os bombeiros sejam militares e que em virtude disto eles precisem se comportar como tais, todavia, o que eu não consigo entender é o tratamento que o seu governo tem destinado nos últimos dias  àqueles que possuem por parte da população carioca e fluminense 95% de aprovação.

Caro Cabral vamos combinar uma coisa? Chamar os bombeiros de vândalos é um pouco além da conta não é verdade?  Governador, confesso que fiquei assustado com expressão do seu rosto! O senhor destilava ira ao falar da revolta dos bombeiros prometendo duras penas a servidores públicos que ao longo dos anos não tem medido esforços para salvar vidas. 

Prezado Cabral, por acaso o senhor lembra da tragédia do Morro do Bumba? Pois é, eu estava lá quando os bombeiros chegaram. Sabe governador, eu sou testemunha que aqueles homens dedicaram todas as suas forças para resgatar as vítimas de uma tragédia que em parte se deve ao seu governo.  E o pior governador, é que boa parte destes herois recebe um salário mensal de R$950,00. 

Agora, antes que o senhor venha com o blá-blá-blá de que o fato dos bombeiros ganharem tão mal não é culpa de seu governo, gostaria de lembrá-lo que o senhor está no seu segundo mandato e que já poderia em muito ter resolvido a  a injustiça salarial provocada por governos anteriores.

Caro governador, confesso que estou cansado de ouvir tantas noticias ruins. Pra piorar a situação eu soube que o senhor mandou prender 500 trabalhadores? É isso mesmo governador? O senhor prendeu 500 bombeiros por protestarem contra o salário de fome que o seu governo paga?

Governador, preciso confessar uma coisa ao senhor, o senhor me permite?  Tenho vergonha deste país promiscuo, onde o jeitinho é quem dita as regras. Tenho vergonha dos políticos safados que se locupletam do poder publico, enriquecendo suas contas bancárias lixando-se para as dores de servidores  como bombeiros e policiais que vivem a vida miseravelmente simplesmente porque o Estado não lhes paga um salário decente. Tenho vergonha dos contrabandistas, dos cafetões e cafetinas de colarinho branco, dos que traficam influência, de assassinos, terroristas, corruptos de todos os tipos que transformaram esta nação em covil de salteadores.

Prezado governador, eu quero o meu Rio de volta. Quero um Rio de festa, de alegria, de solidariedade, de harmonia. Quero um Rio de Janeiro a dezembro, quero um Rio seguro, quero um Rio de cores onde o verde, branco, grená, preto, vermelho, se confraternizem nos campos e estádios de futebol. Quero um Rio cujo os moradores independente do lugar que moram, convivam em paz e harmonia. Quero ver um Rio de encantos mil, quero novamente ver o Rio, coração do meu Brasil.

Ah! Antes que eu me esqueça, por favor, deixe a ira de lado, reconheça as falhas do Estado e solte os trabalhadores!

Com dor no coração,

Renato Vargens


Fonte: http://renatovargens.blogspot.com

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