segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Hermenêutica Bíblica - Método Gramático-Histórico


Por Valtencir Alves 


No decorrer da história da hermenêutica, muitos métodos de interpretação foram criados, visando facilitar a compreensão do texto sagrado. Destacando-se entre os demais, temos o método gramático-histórico, que acredito ser o mais eficaz na compreensão da santa palavra. Este método acredita na inerrância da Bíblia e portanto aceita sua historicidade e veracidade, ele procura entender sua mensagem à época e aplicá-la aos nossos dias.

Uma derrocada dos métodos interpretativos é mais do que certo, enquanto outros coadunam com a efemeridade dos seus hagiógrafos. Diante de tentativas interpretativas e boa vontade, as impropriedades teológicas não são poucas.

O método gramático-histórico, cujos pressupostos e procedimentos interpretativos básicos, estão alicerçados num fundamento imutável, preserva a sua contemporaneidade.

O método gramático-histórico é imperativo na tentativa de compreender os dados bíblicos por meio de considerações metodológicas derivadas somente das Escrituras. Este método objetiva extrinsecar o significado correto das Escrituras que Deus planejou comunicar, sendo plenamente compreendido pelo autor humano e seus contemporâneos ou não. Este método é fundamentado em alguns pressupostos necessários.

Pressupostos básicos do método gramático-histórico:

(1) Somente a Bíblia: A autoridade e a unidade das Escrituras são tais que a Escritura é a norma final com respeito ao conteúdo e ao método de interpretação.

(2) A Bíblia é a autoridade suprema e não está sujeita ao princípio da crítica. Os dados bíblicos são aceitos com seu valor de face e não estão sujeitos a uma norma externa para determinar confiabilidade, adequação, inteligibilidade.

(3) Rejeição do princípio da analogia, pois se admite a atividade singular de Deus, descrita na Escritura e no processo de formação da Escritura.

(4) Rejeição do princípio da correlação, pois admitimos a intervenção divina na história como descrita na Escritura.

(5) Unidade da Escritura. Uma vez que os diversos autores foram guiados por um único autor divino, a Escritura pode ser comparada com Escritura para formular doutrina.

(6) Natureza transtemporal da Escritura. Deus fala através do profeta para uma cultura específica, contudo a mensagem transcende os condicionamentos culturais como verdade eterna.

(7) O elemento divino e humano das Escrituras não pode ser separado.

Procedimentos Hermenêuticos Básicos do método gramático-histórico:

(1) Contexto Histórico. Tentativa de compreender o pano de fundo histórico contemporâneo no qual Deus se revelou.

(2) Análise literária. Exame das características literárias do material bíblico em sua forma canônica.

(3) Análise teológica dos livros bíblicos. Um estudo da ênfase teológica de cada hagiógrafo da Bíblia, examinado no contexto mais amplo da unidade de toda a Escritura. Isto permite que a Bíblia seja sua própria intérprete e as várias ênfases teológicas estejam em harmonia umas com as outras.

(4) Análise diacrônica. É a tentativa de traçar o desenvolvimento dos vários temas e motivos cronologicamente através da Bíblia em sua forma canônica.

Tal análise metodológica pressupõe uma noção bíblica da revelação, segundo a qual Deus progressivamente concedeu mais luz às gerações posteriores sem contradizer a revelação anteriormente concedida, tendo Cristo como ápice desta Revelação. O entendimento da revelação, somente poderá ser esclarecido através de um método funcional. Portanto, a escolha do método é fundamental para uma salutar hermenêutica.

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